No Restaurante Submarino: contos fantásticos
[Resenha]
Por Robson Mistersilva

O Elemento Fantástico
Você conhece o conto fantástico? Embora muito se tenha falado acerca do realismo fantástico, poucos conhecem as obras que tratam do tema além, talvez, de produções televisivas levadas ao ar nas últimas décadas. Chamamos de conto fantástico, a narrativa breve com começo, meio e fim que traz, em sua narrativa um elemento que foge às leis físicas ou de compreensão humana – é o elemento fantástico. Mas, esse tipo de elemento não coloca em questionamento a verossimilhança (a capacidade que, neste caso, um texto tem de “ser similar” à realidade). No Conto Fantástico, este elemento sempre dá margem para a reflexão de pequenas coisas da vida. Dessa forma, nunca sabemos se a presença deste elemento é real ou devaneio da personagem principal que narra a história.
                                           
Um Gênero Injustiçado
Esse gênero textual literário ganhou notoriedade no século XIX, com as obras de Edgar Allan Poe, porém, em terras brasileiras, nunca ganhou adeptos. Se tornando, dessa forma, um gênero injustiçado em terras brasileira tamanha a sua genialidade.
Contudo, alguns escritores da nossa pátria se aventuraram na arena dos contos fantásticos. Essa é a premissa de No Restaurante Submarino, que reúne os principais contos dos principais nomes desse tipo de literatura curta no Brasil.
De Murilo Rubião, o livro traz as belezas de “Bárbara”, que nos faz pensar sobre relações de desejos. Dele também são transcritos no livro os contos “Teleco, o coelhinho” e “Os dragões”, que igualmente nos leva a refletir sobre questões humanas.
Moacyr Scliar foi outro escritor brasileiro que se aventurou na arena do conto fantástico. Neste livro, podemos ler o conto que dá título ao livro, além de “Paz e guerra” e “Atlas”.
Lygia Fagundes Telles é outro grande nome do conto fantástico brasileiro. O famoso conto “as formigas” dela está presente neste livro e traz um mistério igualmente fantástico tal e qual o conto homônimo ao livro, de Scliar.
Por fim, os contos de um escritor dos menos conhecidos, mas de genialidade exuberante. Trata-se de Amilcar Bettega. Dele, temos “O crocodilo I” e “Exílio”.
Assim são as histórias que podemos encontrar nesse livro de leitura deleitante. Composto por histórias que ora parecem sonho, ora parecem pesadelos, cada conto nos traz uma forma e um tema da condição humana para reflexão. A presença de um animal fantástico, por exemplo um coelhinho falante e metamorfo, nos faz querer pensar nossas relações de convivência. E o final deste conto é simplesmente fenomenal, assim como todos os outros.

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